Segunda, 24 Agosto 2020 19:40

SELFIE

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“Porque, mesmo tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus...”  (Rm 1.21)

Paulo foi o autor desta epístola e nela o apóstolo apresentou aos irmãos da igreja em Roma grandes temas das Sagradas Escrituras, como o pecado, a lei, a salvação, a eleição, as obras, a graça, a justificação e a santificação, dentre outros. Conforme os historiadores é bem provável que a igreja em Roma tenha sido estabelecida logo após o pentecostes, quando muitos se converteram ao cristianismo e posteriormente foram para a Itália (At 2.1). Noutro lado, mais tarde, já com uma comunidade cristã em pleno funcionamento a capital italiana, o imperador Cláudio entrou em perseguição contra todos os que professassem a fé cristã, ocasionando a dispersão dos cristãos (At 18.13).

O contexto do versículo acima está dentro da temática que aborda o pecado, a incredulidade em Deus, o afastamento do homem da verdade e a aversão de um Deus santo contra as práticas do pecado (Rm 1.17-23).

É visível que desde criança o homem gosta de se expor e hoje, com o advento de tantas tecnologias, ele exterioriza suas ações por meio das redes sociais. Essa exposição se caracteriza em diversas formas, todavia, as demonstrações de bens materiais, da própria fisionomia e das riquezas são as mais usadas. O homem expõe-se ainda quando atinge o ápice profissional, se expõe exibindo fotos por onde anda e, logicamente, volta a se expor quando perde tudo aquilo que conquistou. Perceba que a exposição de seus feitos, seja ela positiva ou negativa, parece estar implícito em seu coração, evidentemente com raras exceções.

Neste contexto atente que muita gente carrega dentro de si o forte sentimento de valorizar-se perante seus amigos, seus colegas e familiares, e para isso usam de todos os recursos possíveis. Ter visibilidade a qualquer preço é o objetivo a ser conquistado e o caminho mais curto passa quase que obrigatoriamente pelo intenso emprego das redes sociais, que pela sua amplitude e alcance, fornece ao usuário uma resposta rápida por meio das curtidas em cada foto ou em cada frase. Não importa muito aquilo que vai ser exposto, o que vale é a visibilidade. Reflita!

O incrível é que nessa busca desenfreada de ganhar projeção e visibilidade, as pessoas se esquecem de não avaliarem corretamente que aquilo que é inserido nas redes sociais, deixa dois caminhos, um rastro virtual e outro físico. Muito se fala que o uso das tecnologias traz a perda da privacidade, e é aí que não só os dados pessoais se vão, mas também as informações de cunho mais íntimo que deveriam ser resguardadas, acabam se tornando públicas.

Veja que o cristão, na tentativa de buscar por visibilidade e projeção pessoal, inevitavelmente entra em confronto com um Deus santo, que exige uma busca constante pela perfeição moral e espiritual (1 Pe 15-16). É justamente neste ponto que aflora um perigoso modismo que está atrelado nas redes sociais: a selfie. O confronto surge porque este autorretrato muita das vezes traz a imagem do cristão em condições comprometedoras, em atitudes que muitas das vezes desagradam a Deus e que demonstram o seu mais completo abandono do mesmo Deus que, em tese, ele diz conhecer, adorar e servir. Neste sentido, são assustadoras as selfies de pessoas crentes em Jesus sacralizando o pecado. Um flagrante de atos contrários à postura cristã. Pasmem!

“O Senhor olha dos céus para os filhos dos homens… Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer”. (Sl 14.2-3). Embora o homem tenha sido criado à imagem de Deus, é certo que este mesmo homem se corrompeu e decidiu levar uma vida afastada de seu criador. E para muitos crentes nada melhor que dar essa noticia (do afastamento de Deus) por meio de tantas selfies quantas puderem ser postadas e melhor ainda se elas receberem muitas curtidas. É assim que tem sido a vida de muitos cristãos que fazem questão de demonstrar sua independência de Deus, realçando que não somente violam as normas de sua relação com seu Criador, como fazem questão de dar visibilidade e projeção de suas transgressões com as publicações de autorretratos nos exatos momentos da ação pecaminosa. Noutras palavras, não basta pecar, antes é preciso fazer o marketing do erro para que todos vejam. Pense!

Compreenda que convertido, o homem se torna uma nova criatura no campo moral e não é mais escravo do diabo, de forma que o pecado não tem mais governo sobre ele (Rm 6.14). Portanto, guarde isso: quando fizer uma selfie (um autorretrato) faça para glorificar os feitos de Deus em sua vida e jamais para divulgar o quanto está afastado de Deus. Resumindo, faça publicidade de Deus e de seu reino e não marketing do seu pecado, perfeito?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 811 vezes Última modificação em Sábado, 29 Agosto 2020 14:25
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