Terça, 15 Setembro 2020 17:41

ILUSÃO

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ILUSÃO

“Tendo saído Ló, falou com seus genros, que haviam de casar com suas filhas, e disse-lhes: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade. Mas ele pareceu aos seus genros como quem estava zombando”  (Gn 19.14)

 

Gênesis, escrito por Moisés é o livro que trata dos começos. Começo da criação por Deus dos mares, das estrelas, do sol e da lua, das florestas e também da parte seca (terra). Gênesis é o livro onde Deus se revela ao homem e onde também está a narrativa da queda do mesmo homem, criado por Deus á sua imagem e semelhança. Dentro do conjunto de livros e cartas que compõem a Bíblia, Gênesis está inserido no Pentateuco, grupo dos primeiros cinco livros escritos por Moisés (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).

Ló e sua família moravam na cidade de Sodoma, entretanto, juntamente com a cidade de Gomorra, ambas eram cidades depravadas. A narrativa diz que do mais novo ao mais velho, todos os homens estavam envolvidos em práticas homossexuais (Gn 19.4). Naquela decadente situação, Deus resolveu intervir, mas antes enviou anjos para proteger e tirar Ló e seus familiares da destruição. Ele mesmo avisou seus genros, todavia, eles não acreditaram nas palavras ditas por Ló, imaginaram que ele estava brincando (Gn 19.1-14).

Atente bem que Deus fez o homem e lhe concedeu vontades e desejos. Saber lidar com seus sentimentos tem sido a grande dificuldade para muita gente. Por vezes as vontades humanas chegam a ser cruéis, fazendo do próprio homem o seu escravo. Recusar doces e guloseimas é muito difícil para uma criança, assim como para os adultos não é fácil se livrar dos vícios do álcool, do cigarro e das drogas. Vencer a vontade e os desejos humanos é mesmo custoso e se torna o grande desafio da humanidade!

A Bíblia não relata os nomes dos dois rapazes que iriam se casar com as filhas de Ló. Pela narrativa perceba que eles não deram crédito no que o futuro sogro dizia sobre a destruição das duas cidades e acreditaram que fosse uma piada, que Ló estivesse criando uma situação para rir deles. Pode-se crer que os dois rapazes o conheciam bem, afinal estavam para casar com as meninas, mas a história mostra que eles não levaram seu futuro sogro a sério e pagaram caro pela ilusão.

Ficou evidente que estes dois rapazes deixaram que suas vontades e desejos falassem mais alto. Ambos nutriam a vontade de casarem e pode-se imaginar que já tinham planos e projetos com o casamento, que já tinham a lista de convidados e já tinham organizado aonde iram residir com suas esposas, enfim, a vontade de casarem estava mais que estabelecida e as palavras de Ló para irem embora, abandonando o projeto de constituir uma família soava mesmo como piada, aliás, na visão deles, uma piada de mau gosto.

Para acatarem as palavras de Ló, os dois rapazes deveriam renunciar a muita coisa. Renunciar o casamento, a festa, os amigos, os colegas, renunciar a família que tinham (pais e irmãos) e renunciar a família que estavam para constituir. Toda a vontade deles estava firmada no casamento e de repente, aparece Ló pedindo para esquecerem tudo e irem embora. Era uma proposta para começar tudo de novo, noutro lugar, noutro ambiente.

Saiba que nem sempre é fácil acreditar em novos projetos quando o atual já está caminhando e, teoricamente, fluindo bem. As pessoas vivem hoje com objetivos muito bem traçados e por vezes, o novo não é bem compreendido e nem assimilado. O novo sempre representa algo desconhecido e isso traz medo e desconfiança, dificultando sobremaneira a tomada de decisão. Para os dois rapazes, focados nos planos de um casamento que se aproximava, o chamado para irem embora era brincadeira, uma zombaria do sogro. Aprenda que na verdade, eles foram iludidos por eles mesmos quando não acreditaram no novo que se aproximava com muita velocidade. Reflita!

“...esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que estão adiante de mim; apresso-me em direção ao alvo, a fim de ganhar o prêmio da convocação celestial de Deus em Cristo Jesus.”  (Fp 3.13-14)  Paulo confessa na carta as Filipenses que nem sempre as perdas são mesmo perdas. Na verdade, existem perdas que são excelentes ganhos e Paulo deixa isso evidente quando renunciou tudo àquilo que possuía em termos de reconhecimento dos sacerdotes, de status, poder e autoridade para viver uma vida com Cristo, a mesma vida com Cristo que lhe causou prisões, surras, fome, naufrágio, sede e tantas outras coisas mais que lhe afligiram o físico e machucaram sua alma.

A história diz que apenas Ló e suas filhas se salvaram da destruição. Sua mulher foi iludida pelo coração e não quis renunciar as perdas materiais e seus futuros genros não lhe deram créditos. Deus estava movendo para salvá-los, mas os três optaram por acreditar na ilusão das suas vontades e essa ilusão os levou a um péssimo resultado, a morte. Resumindo: Ninguém gosta de perder, mas saiba que existem perdas que são ganhos. Guarde isso no seu coração, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 695 vezes Última modificação em Quarta, 16 Setembro 2020 21:16
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