Segunda, 05 Setembro 2022 12:58

CONVICTO

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CONVICTO

“Pois os meus olhos viram a tua salvação”.  (Lc 2.30)

 

Lucas não era judeu e segundo os historiadores ele era grego e morador da cidade de Antioquia, na Síria. Era amigo do apóstolo Paulo com quem esteve nas viagens missionárias chegando a escrever o livro  de Atos dos Apóstolos abordando os principais acontecimentos que deram início á expansão da fé cristã no mundo de então. Em seu evangelho, Lucas apresenta Jesus com o Deus de toda bondade e compaixão, detalhando com muita riqueza os eventos onde a misericórdia de Jesus se fez presente.

O contexto dessa narrativa apresenta a pessoa de Simeão quando da apresentação do menino Jesus ao Senhor no templo em Jerusalém (Ex 22.29). A narrativa de sua curta participação no ritual desta cerimônia é relatado em poucos mais de dez versículos (Lc 2.25-35).

Concorde que as pessoas de modo geral vivem debaixo de alguma expectativa, seja ela pequena ou grande. É o que se chama de estar convicto de obter algum resultado. Veja que marido e esposa  carregam a grande expectativa da criança que vai chegar e, assim eles planejam o quarto, as mobílias, as primeiras roupas, a pintura das paredes, etc. Antes mesmo do nascimento, cria-se expectativa se a criança vai parecer com o pai ou com a mãe. Noutro lado as pessoas planejam a construção da casa própria e idealizam a posição dos móveis e até o tipo do telhado. Em todos esses exemplos, essas expectativas são carregadas com muita realidade e de forma semelhante, o cristão também carrega a convicção de receber um milagre, uma benção ou a providência divina para alguma situação.

Naquela época, século I, o Império Romano dominava uma extensa área geográfica, incluindo a região da Palestina. Subjugados e dominados, os judeus alimentavam a esperança na vinda de um libertador, um guerreiro que os resgataria da dominação romana. As escrituras do Antigo Testamento registram mais de 500 profecias messiânicas, todas elas sobre a manifestação de um Messias para o povo de Israel. E o judeu Simeão, conhecedor das mesmas profecias, também alimentava essa expectativa, todavia, sua convicção se fundamentava no Cristo que faria a reconciliação espiritual do povo com o Deus de Israel (Lc 2.25).

Mas considere que Simeão não era sacerdote, não exercia nenhuma função no templo e pode-se afirmar que assim como a maioria do povo, ele era um homem simples, que ia ao templo e cumpria suas obrigações religiosas. Mas, diferente dos líderes religiosos que dominavam as interpretações dos profetas e tinham a esperança de um Messias guerreiro, Simeão havia recebido a revelação do Espírito Santo que ele não morreria antes de contemplar o Messias (Lc 2.26). Ou seja, justo e temente a Deus, ele tinha a convicção de que o libertador que viria seria aquele que faria a restauração do povo com Deus e nesse foco, ele alimentava sua crença. Pense nisso!

O texto não diz quando Simeão recebeu a revelação de que viveria o bastante para ver o Messias, mas o tempo passou, a idade chegou e um detalhe sobressaiu na vida dele: ele não esmoreceu, permaneceu convicto que a promessa seria efetivamente cumprida e viveu para isso. Reflita!

Traga essa narrativa para os dias atuais e compreenda que o mesmo Espírito Santo que se revelou a Simeão, é o mesmo Espírito Santo que hoje se revela a milhares e milhares de pessoas cristãs em todo o mundo, mostrando caminhos, dando direção, advertindo e prometendo bênçãos e milagres. Ou seja, Deus continua agindo em meio ao seu povo.

Numa sociedade imediatista, perceba que o grande desafio nos dias atuais é não ser dominado pela ansiedade, enquanto a palavra de Deus não se realiza. Aguardar o tempo de Deus tem sido difícil em todos os tempos, mas demonstrar equilíbrio espiritual, perseverar e se manter constante dentro dos caminhos de Deus deve ser uma característica de todo cristão! Conscientes ou não, somos parte de uma geração impaciente que não suporta esperar nada. Todavia, Simeão esbanjou paciência, nada tirou sua expectativa de ver o Cristo. E ele  viveu debaixo de uma promessa, esperou e viu o agir de Deus em meio ao seu povo.

Guarde isso: independente do tempo, caminhe  debaixo de uma certeza que venha dos céus e aprenda a manter suas convicções em Cristo. O que Deus anunciou, pode até demorar, mas ao tempo desse mesmo Deus tudo se realizará (Rm 4.21). Creia nisso! Um grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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