Sábado, 10 Fevereiro 2024 10:03

MÉRITO

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MÉRITO

“Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna"(Mc 10.17)

 

Marcos, ou melhor, João Marcos era o seu nome, mas ficou conhecido simplesmente pelo sobrenome de Marcos. Era filho de Maria, a mesma que tinha em sua casa um local de reunião e numa dessas reuniões, o grupo intercedeu fervorosamente por Pedro, sendo este libertado da cadeia (At 12.1-12). Marcos, não foi discípulo de Jesus, mas esteve próximo aos doze, tendo feito uma amizade duradoura com Pedro, de onde certamente recebeu muitas informações para escrever o seu evangelho.

Marcos foi citado pelo evangelista Lucas, quando esteve acompanhando o apóstolo Paulo nas viagens missionárias, inclusive foi o pivô de uma discussão entre Paulo e Barnabé (At 13.3-7). O evangelho de Marcos é o mais resumido dos quatro e nele existem mais ações práticas de Jesus em curas e milagres, do que efetivamente, os seus discursos.

Contextualizando a passagem acima, Marcos narra um encontro de um rapaz que abordou Jesus, consultando o que deveria fazer para ganhar a vida eterna. Travou-se então um curto diálogo entre Cristo e este rapaz que não foi identificado pelo nome (Mc 10.17-22).

Considere que a vida em si é repleta de momentos onde as pessoas precisam tomar uma decisão. E essas decisões, ora são tomadas pelas emoções e ora são tomadas pela razão. Há momentos que as decisões são feitas pelas aparências, pelo visual e logicamente pelo fator econômico e nesse contexto de decidir, saiba que as pessoas criam expectativas que algo novo vai começar em suas vidas.

Perceba que a narrativa de Marcos não identifica reste rapaz, mas deixou claro ele tinha grandes preocupações espirituais em seu coração. Pode-se deduzir que ele já tinha ouvido falar de Jesus, já tinha escutado pessoas relatarem que foram curadas e naquela época, considere que os milagres operados por Jesus não ficavam escondidos. Mais certo ainda é que ele teve conhecimento do que Jesus ensinava sobre o reino de Deus e sobre a vida eterna, e foi exatamente isso que o motivou a procurar por Jesus e fazer a pergunta que incomodava seu coração. Do diálogo que ele manteve com Jesus, é visível alguns acertos, mas houve erros que lhe causaram maiores danos.

Marcos mostra que ele acertou quando correu ao encontro de Jesus, denotando que seu coração estava ansioso, ardia pela presença de Jesus. Tanto que ele nem se importou com os presentes que rodeavam Jesus. Era evidente que sua alma tinha o senso da urgência, seu coração estava com pressa e aquela era a hora e aquele era o momento de resolver sua vida  espiritual (Mc 10.17).

Essa mesma passagem foi citada pelo evangelista Mateus e ele disse que este rapaz era uma pessoa jovem (Mt 19.16). Importante essa informação, porque declara que ele não esperou a velhice chegar para ir até Jesus, e hoje, infelizmente, o que mais se vê é a desculpa de que “amanhã eu procuro por Jesus”. Outros dizem que vão esperar pelo casamento, pelo término da faculdade, outros em conseguir um trabalho, etc, mas este rapaz não adiou sua decisão. Jovem ainda, estava na idade certa e não procrastinou o tão esperado encontro. Perceba que algumas tarefas podem ficar para o dia seguinte, mas outras são urgentes e nessa urgência temos as coisas espirituais. Ou seja, quando se trata de tomar decisões espirituais, não se pode jogá-las para frente. Questões espirituais devem ser equacionadas o quanto antes. Reflita nisso!

“tudo isto tenho guardado, desde a minha mocidade.” (Mc 10.20).  Respondeu bem, todavia o seu grande erro foi construir sua vida em fundamentos atrapalhados. Respondeu que guardava os mandamentos da lei e por isso, no seu entendimento ele se considerava merecedor da vida eterna. Na cabeça dele, a salvação e vida eterna estava fundamentada no mérito, nos mandamentos religiosos que ele tão bem guardava. Veja que pessoas religiosas são as que menos sentem necessidade da graça e da misericórdia de Deus. Se acham autossuficientes e consideram que seus currículos são bastantes para a salvação. Aliás, a justiça própria é inimigo capital do evangelho, pois ela afasta o homem da cruz de Jesus.

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6.14). Compreenda que aquele rapaz fez a pergunta certa, na urgência certa, no tempo certo e para pessoa certa que era Jesus. Suas pretensões eram ótimas, mas infelizmente ele estava muito equivocado espiritualmente. Sua ideia de salvação estava fundamentada na sua religiosidade, no seu mérito e naquilo que ele praticava. Mas entenda bem que no processo de salvação e reconciliação do homem com Deus, o mérito está na cruz de Jesus. Em todas as épocas, este é o desafio para muita gente que se diz cristão e ainda acredita que pode a si mesmo justificar-se diante de Deus. Guarde isso: a vida eterna e  a salvação são obras exclusivas da cruz de Jesus. Perfeito? Abraço grande.

Jesus Cristo Filho de Deus te abençoe,

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Ler 850 vezes Última modificação em Sábado, 17 Fevereiro 2024 12:22
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