Sábado, 13 Abril 2024 12:42

PARTIDO

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“Pois quem é Paulo e quem é Apolo?” (1 Co 3.5)

A cidade de Corinto era grande metrópole e era muito populosa para os padrões da época e por ficar às margens do Mar Mediterrâneo, tinha um porto marítimo bastante movimentado. A cidade possuía muitos deuses com destaque para a deusa do amor que recebeu o nome de Afrodite. Corinto era também uma cidade agitada e segundo os estudiosos, seu comércio era atuante e movimentado economicamente. Por lá o apóstolo Paulo permaneceu por muito tempo, ficou quase dois anos, anunciando a salvação por meio da graça e do amor de Deus, apresentando Jesus e o seu sacrifício na cruz do calvário.

A comunidade cristã de Corinto foi plantada por Paulo e pouco tempo depois foram detectados alguns problemas de relacionamentos pessoais com lances de competitividade entre seus membros (1 Co 3.1-8).

Perceba que desde sempre o homem gosta de ser reconhecido e aplaudido. Lógico que não há nenhum problema em ser elogiado pelas boas práticas e pelas boas ações, até porque o reconhecimento tende a multiplicar a potencialidade de cada um. O perigo está na competição que visa antes de mais nada diminuir o concorrente, provocando separações e consequentemente pode levar ao abandono. Pense nisso!

Espiritualmente, a igreja em Corinto caminhava entre altos e baixos. Ela progredia dentro dos padrões da normalidade, até que em determinado momento, Paulo observou que seus integrantes estavam trilhando caminhos perigosos para o bem estar da coletividade. Com algumas ressalvas, Paulo viu que embora cressem no evangelho, havia necessidade deles crescerem em profundidade espiritual. Dentro daquele conjunto de irmãos, alguns estavam tomando partido, fazendo divisões ao apontar suas preferências por determinado líder, o que resultava em menosprezo pelos outros.

“Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo..” (1 Co 3.4). Ao propagandearem suas preferências pessoais, aqueles irmãos estavam criando confusão e preparando o terreno para dividir a igreja. Paulo os chamou de carnais, já que estavam criando divisões dentro da comunidade. Para efeito de comparação, a cidade de Corinto era o centro da filosofia da época e os diversos filósofos tinham lá seus seguidores. Assim, o pensamento dos irmãos em apontar a quem eles apreciavam (Paulo, Cefas e Apolo), era nada mais que uma prática de importação das atitudes mundanas das quais eles não deveriam seguir.

As tentativas de implantar um sistema de competição e divisão dentro da comunidade era simplesmente falta de maturidade espiritual e sobra de carnalidade. A abordagem de Paulo em apontar esse defeito visava tão somente trazer à igreja para a compreensão do que era o corpo de Cristo. Veja que dentro das igrejas atuais existem diversos ministérios que atuam individualmente, todavia eles se complementam, um colaborando com o outro na formação do coletivo. Nenhum ministério é mais importante que o outro, todos são relevantes na formação do corpo da igreja. Reflita!

A visão de Paulo ao questionar quem seria Paulo e quem seria Apolo, era unicamente esvaziar o pensamento do famigerado culto à personalidade que estava prestes a germinar, e que naquela época já queria fazer parte da igreja. Hoje infelizmente, esses tipos de culto tem encontrado um campo fértil para sua prática, basta dar uma olhada por aí.

Conscientes ou não, perceba que nos dias atuais tem sido comum o comportamento de cultuar pessoas em todos os lugares, todavia, no meio cristão ninguém deve compactuar com este perverso culto de ação de graças à personalidade. O culto deve ser cristocêntrico, Jesus Cristo é o único digno de receber honra e glórias e não as pessoas A ou B. Hoje tem sido comuns cultos onde o personagem principal já não é mais Cristo, mas fulano ou beltrano, e isso com ampla divulgação em marketing. Isso é um grave equívoco. Reflita!

Entretanto, importante frisar que Paulo e Apolo foram instrumentos nas mãos de Deus para apresentar a salvação por meio da graça de Deus àquela cidade. Isso é inegável. E em nenhum momento o próprio Paulo tira os méritos dele e das demais pessoas que contribuíram na anunciação do evangelho, mas na visão cristã, todos foram apenas servos, portadores da mensagem do evangelho e nesse sentido, compreenda que jamais o mensageiro pode ser mais importante que a mensagem, assim como a flor é mais importante que o vaso e o conteúdo tem mais valor que o recipiente (2 Co 4.7). Guarde isso!

Enfim, considere que somente a Deus seja dado todo o louvor, toda devoção, toda honra, glória e todo reconhecimento. Aos demais, que sejam reconhecidos como ferramentas úteis no compartilhamento do evangelho que proporcionou a restauração, a reconciliação e de quebra, ainda mudou a história de muita gente. Amém? Grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus continue abençoando sua vida.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Ler 743 vezes Última modificação em Sábado, 13 Abril 2024 14:56
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